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Cem Dias entre Céu e Mar - Amyr Klink

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

 O livro escrito por Amyr Klink descreve uma grande aventura real, quando ele realizou a travessia do Oceano Atlântico, partindo da África (Lüderitz - Namíbia) e chegando no Brasil, especificamente em Salvador.


A leitura do livro foi extremamente prazerosa, uma vez que possui o ritmo de diário de bordo do autor, que nos leva como expectadores nessa grande viagem que realizou. É incrível imaginar que em 1984 esse feito foi realizado: sem GPS, usando tecnologia de navegação dos mesmos barcos que cruzaram o oceano séculos anteriores, sem internet, e valendo-se de medições astronômicas para calcular a posição do barco.

Anotações:

  • Sobre a diversidade de jangadas e canoas do Brasil: "Verdadeiras esculturas flutuantes, pescando ou levando carga por essa costa afora, viageiras incansáveis, valendo só pelo que podem servir e não, ainda não, pelo que são - obras de arte vivas."
  • "Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com grandes ondas e não discutir com o mau tempo. A transformar medo em respeito, o respeito em confiança. Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer."
  • "E para  se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer."
  • "É ENGRAÇADO como o bem-estar não depende do conforto, da tranqüilidade  ou de  situações favoráveis,  mas simples e unicamente da sensação de ir em frente."
  • "
  • A velha frase "Navegar é preciso, viver não é preciso", eu a vejo, do mar, com olhos diferentes do que em terra. Navegar, eu entendo,  é a arte da precisão, e viver é,  antes de mais nada. fundamental. O navegador não vaga a esmo, mas se rende a tudo que é possivel,  para tornar preciso o seu caminho. "

Pensamentos:

Um comentário que vi do Amyr Klink em um palestra sobre travessias transoceânicas atuais é que, hoje em dia, com a presença do GPS nas expedições, há dois problemas principais, causados pelo mesmo motivo: primeiramente, há uma necessidade constante por parte dos navegadores em consultar suas posições para avaliar os avanços da viagem. Além disso, há um excesso de mídia e euforia coletiva, principalmente com relação à chegada dos navegantes. Esses dois problemas possuem basicamente a mesma causa raiz: o excesso de informações. Ele até comenta de uma navegante que atravessava o Atlântico Norte, porém desistiu nas milhas finais por conta de um mau tempo que acabou estendendo a manobra de aproximação por vários dias sem sucesso.

Assim, um questionamento extraído desses cenários descritos tanto no livro quanto na palestra com relação ao excesso de informações, me fazem reavaliar nossa sociedade atual, sua busca constante por informações e o pouco tempo dedicado, de fato, à análise e consequência dos fatos. Isso também se estende no âmbito profissional, onde há metodologias como KPIs que podem sufocar a equipe e, até mesmo, levar o time a priorizar ações que melhorem as metas no curto prazo, enquanto o foco deveria estar no longo prazo.

Uma outra lição incrível do livro foi com relação à busca por soluções. Amyr, juntamente com engenheiros navais, projetistas e barqueiros humildes, pensaram em inúmeros cenários de falha e em como solucionar essas soluções. Ele chega a comentar que a dificuldade não foi encontrar as soluções para os problemas pontuais em si, mas sim organizar uma estratégia logística racional que permitisse alocar de maneira eficiente os recursos necessários de todas as soluções simultaneamente.

Um outro ponto de reflexão que esse livro me trouxe é avaliar sua semelhança com desafios de resistência, como maratonas e triátlons: em todos esses objetivos grandiosos, o que mais é aprendido durante o processo é a necessidade e o poder da disciplina. Como o conjunto engenhosidade humana e educação reta da vontade podem criar feitos realmente grandiosos. É com essa aspiração que encerro a leitura desse livro, inspirado a lutar, vencer e buscar. Além de ter ganhado também mais um ser humano fonte de inspiração e referência em diversos aspectos.

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